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"Whether it be the Soul itself, or God in the Soul, that shines by Lov, or both, it is difficult to tell: but certainly the Lov of the Soul is the sweetest Thing in the world." (Thomas Traherne, Centuries 4:83).

Wednesday, June 03, 2009

Eu mesma me espanto ante os "anjos enviados" por Traherne, mensageiros incorpóreos portadores de mensagens tão incorpóreas quanto eles. Eles são, afinal, essas mensagens. A escrita (tal como a fala), se lhes coloca limites enquanto pensamentos, também os perfecciona e potencia. Traherne nunca se queixou de da linguagem. Se esta parece ficar aquém do pensamento inverbalizado por este ser holístico, não é menos certo que a poeticidade lhe devolve com vantagem quanto possa ter perdido. É questão que desenvolverei no outro blogue no desejo de me acercar, neste espírito, dos "poemas do viandante".
É neste sentido o peregrinar de Traherne. A erva e a flor brilham aos seus olhos com maior esplendor e glória quando ascende a uma outra e maior claridade, aquela em que a visão da criança e o discernimento do adulto se unificam na mais plena fruição (enjoyment, de enjoy= en joie) do mundo, de Deus, de si mesmo e do outro. Fruição em que contemplação e acção concorrem para serem com ela uma coisa só.

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