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"Whether it be the Soul itself, or God in the Soul, that shines by Lov, or both, it is difficult to tell: but certainly the Lov of the Soul is the sweetest Thing in the world." (Thomas Traherne, Centuries 4:83).

Sunday, May 03, 2009

a caminho da "terra da alegria"

Escolher um texto e colocá-lo aqui, numa sequência que necessariamente se instaura (nem mesmo o texto desconstrutivo lhe escapa, por muito que o pretenda), é ainda e sempre dar-lhe vida na vida, assegurar esse "viver mais e melhor" que W. Benjamin chamou "sobrevida" (Ueberleben). Tem a vantagem de que posso pelo menos silenciar a voz que, também inescapavelmente, lhe dou.
Não resisto a colocar aqui hoje um poema muito especial de Traherne de que a tradução tem sido para mim um processo sempre por terminar.
Falei da necessidade que T.T. tinha de um "tu", "privilegiado" no ele ser único como cada um o é para Deus, o que, sendo impossível "aqui", lhe restringe a escolha àquele escasso número que considera que bastaria, se fosse possível reuni-lo, para edificar aqui a Jerusalém celeste. Encontrar um é já de si um privilégio e um especial dom da vontade divina (insondáveis são os Seus desígnios). "Noble Soul", que traduzi por "alma gentil" (por o eco camoniano me parecer feliz) é a forma como T.T. se dirige a quem deseja que com ele suba a colina e que ele suscita a que se erga e com ele caminhe. Se a língua inglesa já de si permite, com muito mais facilidade do que a nossa, deixar o género indecidível (e é, por vezes, tão importante esta indecibilidade na preservação da poeticidade de um texto), o dirigir-se a "soul" (e não a "friend)" faz com que neste caso o problema não se ponha.
Colocarei o poema Rise noble soul num outro post, com a minha última tradução.

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