«Reality my Thought Inspires»
Centuries pode ler-se como uma obra de encaminhamento espiritual e como a resposta de Traherne a uma premência de comungar com o outro «o que esteve escondido em Deus desde o início do mundo». O "outro" será a amiga («the friend of my best Friend») a quem a dedica e, agora que todos o podem ler, será aquele ou aquela para quem, já na altura, desejava, «ser uma bênção». Transcrevo um passo em que o verbaliza, falando de si na terceira pessoa:
4: 32
(...) «But he so desired to lov them, and to be a Joy unto them, that he protested often, that He could never Enjoy Himself, but as He was enjoyed of others, and that above all Delights in all Worlds, he desired to be a Joy and Blessing to others.
E assim é agora que, à semelhança de Jesus Cristo, pode verdadeiramente - e tal como o ansiava poder fazê-lo em vida - dar-se a cada um em plenitude como se só ele / ela existisse. A medida depende agora da capacidade que cada um tiver de o conter: «consoante a vasilha assim o vinho» (observa Angelus Silesius, seu contemporâneo de então).
Se é a própria experiência pessoal de Traherne que lhe dita a escrita de Centuries, esta, mais do que lha recorda, dá-lha a (re)viver numa forma mais discernida e não menos deslumbrante. Já num poema explicitara esta fulgurante tomada de consciência:
«What Newness once suggested to,
Now clearer Reason doth improv, my View:
By Novelty my Soul was taught
At first; but now Reality my Thought
Inspires: And I
With clarity
Both ways instructed am; by Sense
Experience, Reason, and Intelligence.»
(“Right Apprehension”, vs 33-36).
Tanto a visão iluminada como a luz que a ilumina são olhadas como dádivas divinas e, se suscitaram os Poemas, são em Centuries colocadas não só como via para a Felicidade, mas como sendo já essa Felicidade neste mundo, pois que oferecida no agora:
«And by what Steps and Degrees I proceeded to that Enjoyment of all Eternity which now I possess I will likewise shew you. A Clear, and familiar Light it may prove unto you.»
(C 3: 6, linhas 10-12)
Ao longo de toda a sua obra, em prosa como em verso, Traherne reitera esta verdade de a «Felicidade» - e «Felicity» não é a banal "happiness" - ser oferecida no agora para ser fruída («enjoyed») já: «He offereth it (Felicity) now» (C 4: 9, linha 20)
4: 32
(...) «But he so desired to lov them, and to be a Joy unto them, that he protested often, that He could never Enjoy Himself, but as He was enjoyed of others, and that above all Delights in all Worlds, he desired to be a Joy and Blessing to others.
E assim é agora que, à semelhança de Jesus Cristo, pode verdadeiramente - e tal como o ansiava poder fazê-lo em vida - dar-se a cada um em plenitude como se só ele / ela existisse. A medida depende agora da capacidade que cada um tiver de o conter: «consoante a vasilha assim o vinho» (observa Angelus Silesius, seu contemporâneo de então).
Se é a própria experiência pessoal de Traherne que lhe dita a escrita de Centuries, esta, mais do que lha recorda, dá-lha a (re)viver numa forma mais discernida e não menos deslumbrante. Já num poema explicitara esta fulgurante tomada de consciência:
«What Newness once suggested to,
Now clearer Reason doth improv, my View:
By Novelty my Soul was taught
At first; but now Reality my Thought
Inspires: And I
With clarity
Both ways instructed am; by Sense
Experience, Reason, and Intelligence.»
(“Right Apprehension”, vs 33-36).
Tanto a visão iluminada como a luz que a ilumina são olhadas como dádivas divinas e, se suscitaram os Poemas, são em Centuries colocadas não só como via para a Felicidade, mas como sendo já essa Felicidade neste mundo, pois que oferecida no agora:
«And by what Steps and Degrees I proceeded to that Enjoyment of all Eternity which now I possess I will likewise shew you. A Clear, and familiar Light it may prove unto you.»
(C 3: 6, linhas 10-12)
Ao longo de toda a sua obra, em prosa como em verso, Traherne reitera esta verdade de a «Felicidade» - e «Felicity» não é a banal "happiness" - ser oferecida no agora para ser fruída («enjoyed») já: «He offereth it (Felicity) now» (C 4: 9, linha 20)
0 Comments:
Post a Comment
<< Home