"still will grow"
De "Dumnesse" colhi este passo:
(...)Sure Man was born to Meditat on Things,
And to Contemplat the Eternal Springs
Of God and Nature, Glory, Bliss and Pleasure;
That Life and Love might be his Heavnly Treasure:
And therfore Speechless made at first,
that he Might in himself profoundly Busied be:
(...)
Yet the first Words mine Infancy did hear,
The Things which in my Dumness did appear,
Preventing all the rest, got such a root
Within my Heart, and stick so close unto't
It may be Trampld on, but still will grow;
And Nutriment to Soyl it self will owe.
The first Impressions are Immortal all:
And let mine Enemies hoop, Cry, roar, Call,
Yet these will whisper if I will but hear,
And penetrat the Heart, if not the Ear.
T.T., "Dumnesse"
(...)Sure Man was born to Meditat on Things,
And to Contemplat the Eternal Springs
Of God and Nature, Glory, Bliss and Pleasure;
That Life and Love might be his Heavnly Treasure:
And therfore Speechless made at first,
that he Might in himself profoundly Busied be:
(...)
Yet the first Words mine Infancy did hear,
The Things which in my Dumness did appear,
Preventing all the rest, got such a root
Within my Heart, and stick so close unto't
It may be Trampld on, but still will grow;
And Nutriment to Soyl it self will owe.
The first Impressions are Immortal all:
And let mine Enemies hoop, Cry, roar, Call,
Yet these will whisper if I will but hear,
And penetrat the Heart, if not the Ear.
T.T., "Dumnesse"
O enfoque na dimensão interpessoal como ponto de partida numa aproximação de Traherne, se fez incidir a luz num factor de suma importância na dinâmica de que resulta a sua escrita, tão única, individual e irrepetível como a voz ou a impressão digital no plano físico, deixou ao mesmo tempo menos iluminada a dimensão ideacional (representacional e experiencial) embora ela seja a mais imediatamente apercebida e como tal designada por "conteúdo". Ainda que na consciência da sua inseparabilidade da "forma" - como é habitualmente percepcionada a dimensão textual - na sombra fica sempre, afinal, o que determina esta mesma "forma", assim como a própria dinâmica em que interagem as três (e não duas) dimensões, numa relação de mútua implicação.
Se a escrita dos Poemas se pode fazer remontar à fase inicial da sua vida e obra, aquela em que o lago, que há-de transbordar, tem primeiro de se encher, certo é que não só se prolonga pela segunda fase (transbordando, o lago continua a manter-se cheio), como dá lugar a uma terceira fase em que os mesmos poemas, que Traherne compila para uma possível publicação (que não chega a acontecer), são nesta deliberada retoma mais do que o rasto deixado por uma primeira etapa ou ciclo do percurso, representando o alargamento do ciclo final. Nem cumulativo, nem dialéctico, o percurso faz-se, como o dá a ver Rilke num dos primeiros poemas do Livro das Horas, "por anéis crescentes", em que os mesmos grandes temas recorrem acrescidos sempre de um "mais" que a sua recapitulação revela, um "mais" que, projectando-os num presente aberto ao por vir, lhes confere uma nova e mais clara definição. Por "temas" entendo, assim, núcleos poéticos, no plano da escrita como no plano da vida.
O tema da infância em Traherne difere do mesmo tema em Wordsworth, por exemplo. Traherne (como D.H.Lawrence com quem é neste aspecto comparável) falaria de bom grado em "splendour in the grass" e em "glory in the flower", mas nunca circunscreveria tal esplendor e tal glória a um momento ou "hora" "que nada pode trazer de volta":
"Though nothing can bring back the hour
Of splendour in the grass, of glory in the flower;
We will grieve not, rather find
Strength in what remains behind;
In the primal sympathy
Which having been must ever be"
(Wordsworth)
Não é desta natureza a "força" de Traherne, não radicando no que "fica para trás", mas no que é presente e em constante e fecundante crescimento, dentro e fora de si:
"Yet the first Words mine Infancy did hear,
The Things which in my Dumness did appear,
Preventing all the rest, got such a root
Within my Heart, and stick so close unto't
It may be Trampld on, but still will grow;
And Nutriment to Soyl it self will owe"
(Traherne)
Quando Traherne revela à sua enunciatária a herança que lhe cabe - ela é "herdeira da terra" - é à "compreensão" que lhe abre os olhos, àquela "compreensão" que, indistinta da graça, fará o mar correr-lhe nas veias, vesti-la o céu e coroá-la as estrelas. Poderia acrescentar: e , "tocando a terra", contemplar e sentir o esplendor na erva, a glória na flor.
Se a escrita dos Poemas se pode fazer remontar à fase inicial da sua vida e obra, aquela em que o lago, que há-de transbordar, tem primeiro de se encher, certo é que não só se prolonga pela segunda fase (transbordando, o lago continua a manter-se cheio), como dá lugar a uma terceira fase em que os mesmos poemas, que Traherne compila para uma possível publicação (que não chega a acontecer), são nesta deliberada retoma mais do que o rasto deixado por uma primeira etapa ou ciclo do percurso, representando o alargamento do ciclo final. Nem cumulativo, nem dialéctico, o percurso faz-se, como o dá a ver Rilke num dos primeiros poemas do Livro das Horas, "por anéis crescentes", em que os mesmos grandes temas recorrem acrescidos sempre de um "mais" que a sua recapitulação revela, um "mais" que, projectando-os num presente aberto ao por vir, lhes confere uma nova e mais clara definição. Por "temas" entendo, assim, núcleos poéticos, no plano da escrita como no plano da vida.
O tema da infância em Traherne difere do mesmo tema em Wordsworth, por exemplo. Traherne (como D.H.Lawrence com quem é neste aspecto comparável) falaria de bom grado em "splendour in the grass" e em "glory in the flower", mas nunca circunscreveria tal esplendor e tal glória a um momento ou "hora" "que nada pode trazer de volta":
"Though nothing can bring back the hour
Of splendour in the grass, of glory in the flower;
We will grieve not, rather find
Strength in what remains behind;
In the primal sympathy
Which having been must ever be"
(Wordsworth)
Não é desta natureza a "força" de Traherne, não radicando no que "fica para trás", mas no que é presente e em constante e fecundante crescimento, dentro e fora de si:
"Yet the first Words mine Infancy did hear,
The Things which in my Dumness did appear,
Preventing all the rest, got such a root
Within my Heart, and stick so close unto't
It may be Trampld on, but still will grow;
And Nutriment to Soyl it self will owe"
(Traherne)
Quando Traherne revela à sua enunciatária a herança que lhe cabe - ela é "herdeira da terra" - é à "compreensão" que lhe abre os olhos, àquela "compreensão" que, indistinta da graça, fará o mar correr-lhe nas veias, vesti-la o céu e coroá-la as estrelas. Poderia acrescentar: e , "tocando a terra", contemplar e sentir o esplendor na erva, a glória na flor.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home