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"Whether it be the Soul itself, or God in the Soul, that shines by Lov, or both, it is difficult to tell: but certainly the Lov of the Soul is the sweetest Thing in the world." (Thomas Traherne, Centuries 4:83).

Saturday, September 26, 2009

O eu, o mundo e o Espírito: o templo improfanado de Deus

Dumnesse (P: 40, 42, 44)
(...)
Before which time a Pulpit in my Mind,
A Temple, and a Teacher I did find,
With a large Text to comment on. No Ear,
But Eys them selvs were all the Hearers there.
And evry Stone, and evry Star a Tongue,
And evry Gale of Wind a Curious Song.
The Heavens were an Oracle, and spake
Divinity: The Earth did undertake
The office of a Priest; And I being Dum
(Nothing besides was dum;) All things did com
With Voices and Instructions; but when I
Had gaind a Tongue, their Power began to die.
Mine Ears let other Noises in, not theirs;
A Nois Disturbing all my Songs and Prayers.
My foes puld down the Temple to the Ground,
They my Adoring Soul did deeply Wound,
And casting that into a Swoon, destroyd
The Oracle, and all I there enjoyd.
And having once inspird me with a Sence
Of forrein Vanities, they march out thence
In Troops that Cover and despoyl my Coasts,
Being the Invisible, most Hurtfull Hosts.
Yet the first Words mine Infancy did hear,
The Things which in my Dumness did appear,
Preventing all the rest, got such a root
Within my Heart, and stick so close unto't
It may be Trampld on, but still will grow;
And Nutriment to Soyl it self will owe.


Tradução:

Antes deste tempo um púlpito na minha mente,
um templo e um mestre encontrei,
com um grande texto a comentar. Não os ouvidos,
mas os próprios olhos eram ali todos os ouvintes.
E cada pedra e cada estrela uma língua,
e cada sopro de vento uma bela canção.
Os céus eram um oráculo e falavam
de Deus. A terra assumia
o ofício de um padre; e sendo eu mudo
(nada mais era mudo), todas as coisas vinham
com vozes e instruções; mas, quando eu adquiri
a linguagem , o seu poder começou a morrer.
Os meus ouvidos deixaram entrar outros sons que não os seus;
um ruído que perturbava os meus cânticos e preces.
Os meus inimigos deitaram abaixo o templo,
profundamente feriram a minha alma em adoração,
e lançando-a num quebranto, destruíram
o oráculo e tudo o que eu lá fruía.
E tendo instilado em mim um sentido
de estranhas vaidades, delas saem marchando
em tropas que cobrem e espoliam as minhas praias
sendo as invisíveis as mais danosas hostes.
Porém as primeiras palavras que a minha infância ouviu
as coisas que na minha mudez surgiram
obstando a todo o resto, lançaram tal raiz
no meu coração e tanto se lhe agarram
que ela pode ser pisada, que ainda assim crescerá;
e ela mesma proverá ao solo o nutriente.

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