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"Whether it be the Soul itself, or God in the Soul, that shines by Lov, or both, it is difficult to tell: but certainly the Lov of the Soul is the sweetest Thing in the world." (Thomas Traherne, Centuries 4:83).

Thursday, July 23, 2009

no Gólgota como no Tabor

No meu último post transcrevi dois excertos de Traherne: no primeiro, muito breve, a dinâmica trinitária na metáfora da corrente, a ligar a nascente e o oceano ("from into the main", como o verbaliza num outro passo) é trazida a glosar a relação entre o Amigo e o eu que em exclusividade a vive; no segundo faz extravasar na palavra a plenitude da fruição mútua resultante ("He mine and I the ocean of his pleasures").
Esta experiência que persiste em Traherne para além da infância (a que nestes passos a reporta) não exclui a sua contrária. A experiência da dor e da humilhação não Lhe é, do mesmo modo, alheia e, no Gólgota como no Tabor, Deus "nunca se mostrou mais Deus do que quando se manifestou Homem":

"Is this He that was transfigured upon Mount Tabor? Pale, withered, extended, tortured, soiled with blood, and sweat, and dust, dried, parched! O sad, O dismal spectacle! (...) A mass of miseries and silence, footsteps of innumerable sufferings! (...) O Jesus, the more vile I here behold Thee, the more I admire Thee. Into what low abysses didst Thou descend, into what depths of misery dost Thou now lie! (...) In all the Depths of thy Humiliation I here Adore Thee! (...) (C, 1: 89)


(...) GOD never shewd Himself more a GOD, then when He appeared Man. Never gained more Glory then when He lost all Glory. Was never more Sensible of our Sad Estate, then when He was bereaved of all Sence. (...)(C, 1: 90)


Trad.:

"É este aquele que se transfigurou no monte Tabor? Pálido, mirrado, distendido, torturado, sujo de sangue e suor e poeira, esvaído, ressequido! Oh triste, oh dolorosa visão! [...] Uma fusão de atribulação e silêncio, pegadas de inumeráveis sofrimentos! (...) Oh Jesus, quanto mais aviltado te contemplo aqui, mais te exalto. A que profundo abismo desceste, em que profundeza de atribulação agora jazes! (...) Em toda a profundeza da Tua humilhação aqui Te adoro!(...)

(...) DEUS nunca Se mostrou mais DEUS do que quando se manifestou Homem. Nunca teve mais glória do que quando perdeu toda a glória. Nunca teve mais o sentido do nosso triste estado do que quando foi privado de todo o sentido.





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