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"Whether it be the Soul itself, or God in the Soul, that shines by Lov, or both, it is difficult to tell: but certainly the Lov of the Soul is the sweetest Thing in the world." (Thomas Traherne, Centuries 4:83).

Monday, November 01, 2010

«Profitable wonders»

Traherne terá desejado ter com a «alma gentil» que suscita a que com ele suba a colina uma «ligação» que nada tem a ver com o amor romântico (seria muito avant la lettre) ou com qualquer outra forma sublimada de amor no plano terreno. Estou convicta de que a destinatária de Traherne, se o compreendeu, viu no afastamento geográfico uma forma não de cortar, mas paradoxalmente de estreitar tais laços, razão por que moveu influências no sentido de o distanciar de si, como, de facto, o conseguiu. A verdade é que, se aquelas «cem milhas» os não separassem, ele não teria certamente escrito Centuries...  
Adquiri o livro dela, A collection of Meditations and Devotions, mas tenho de admitir que pouco ou nada encontrei a confirmar esta possibilidade. Mantenho, porém,  a leitura de que  o desejo de Traherne seria o de uma ligação, já no "aqui", entre as «novas criaturas»  em que, «de claridade em claridade», se iam transformando para habitarem um dia «a nova terra, sob novos céus» . Uma ligação  desta natureza propiciaria já neste mundo o aperfeiçoamento mútuo,  pois que cada um, seguindo o seu próprio caminho, ajudaria o outro a vencer os obstáculos que se lhe fossem deparando no percurso.
Um projecto de viagem que não deixa indiferente quem ler as Centúrias. «Profitable wonders» poderia intitular-se, como alguém o alvitrou.

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