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"Whether it be the Soul itself, or God in the Soul, that shines by Lov, or both, it is difficult to tell: but certainly the Lov of the Soul is the sweetest Thing in the world." (Thomas Traherne, Centuries 4:83).

Wednesday, November 10, 2010

Spirit and Love

É como plenitude que Thomas Traherne concebe um amor em que se desfazem as ambiguidades porventura suscitadas pela ligação que na escrita estabelece com aquela de quem faz enunciatária. Com efeito, ele insiste não só na necessidade da não centração do amor num só objecto, alargando-o a todos (cf. C 2: 66; 68), mas sobretudo na natureza “divina e santa” deste amor descentrado e alargado (cf. C 2: 69). 

Sendo pleno, por definição, nada deixa de fora. Não é de surpreender que não exclua o corpo, antes o contemple como parte integrante do ser humano. Destaco o parágrafo 51, não apenas por aflorar este tópico, mas principalmente pelo que permite entender subjacente ao facto de se dirigir a si mesmo com o pronome de segunda pessoa “thou” (utiliza a forma, na altura, de deferência you - vós - para a enunciatária) e pela inferência que autoriza, na concepção antropológica que vê o ser humano como uma tríade de corpo, alma e espírito, a identificação do "espírito" com o amor (e.g. «Thy Lov can see GOD and Accompany His Lov throughout all Eternity»). 

Numa verbalização metafórica, dá conta desta essência trina do ser humano, onde o amor e o espírito são um e o mesmo: 

«It [Thy Body”] was given thee to be a Lantern only to the Candle of Lov that shineth in thy Soul».

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