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"Whether it be the Soul itself, or God in the Soul, that shines by Lov, or both, it is difficult to tell: but certainly the Lov of the Soul is the sweetest Thing in the world." (Thomas Traherne, Centuries 4:83).

Saturday, April 18, 2009

make the glory of God appear in the blessedness of man


T.T. entregara, antes de morrer, em 1674, Christian ethics para publicação, o que aconteceu um ano depois da sua morte. O livro só veio a ser reeditado em 1962, com o título sintetizado: The way to blessedness. Destinando-o ao público em geral, T.T. não se constitui excepção no que toca à prudência (tão manifesta nos grandes místicos peninsulares, um século antes, por razões sobejamente conhecidas) e adverte o leitor:

"Encontrareis talvez algumas noções novas: contudo, quando forem examinadas, o autor espera que esteja claro para o leitor que foi o conhecimento real da verdadeira felicidade que o ensinou a falar de virtude; e sobretudo que não há a menor traço relativo à fé católica que seja contradito ou alterado."

Trata-se, porém, de uma prudência diferente, fruto de uma extraordinária sabedoria. Na verdade, o desejo de T.T. era apenas um, como o diz em Centuries, "ser uma bênção para a humanidade". Só o poderá ser aquele que ensine a felicidade (essa disciplina de que se queixa em Centuries nunca lhe ter sido ministrada na universidade), mostrando o caminho para ela, que é o que pretende fazer neste livro. Virtude é tudo aquilo que o leva à felicidade, vício, o que o afasta dela. Felicidade e santidade são, de resto, a mesma coisa.

Estou, naturalmente, a ler o livro na minha perspectiva, 334 anos depois da sua morte. Recolho as "noções novas" que o "conhecimento real da felicidade" lhe proporcionou (em Centuries assume ensinar por experiência e não por erudição) e sopro o resto, não porque o rejeite, mas por ser consabido. Curiosamente T.T. alega que não são os fundamentos da fé que as heresias abalam, mas as interpretações (cf. WB: 125). T.T. não poderia imaginar que hoje teria de dizer isto mesmo de um modo mais alargado, ou seja, que não é a fé que os ateísmos abalam, mas os conteúdos que ela não tem.
(Desenvolvo este ponto no meu outro blogue).

N.B.A imagem (Seelennahrung) foi colhida na net.

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